quarta-feira, 13 de junho de 2012

Erros e Esquecimentos


Muitas vezes me esqueci
de mim,
de quantas coisas
deixei de fazer
por pensar em você...
por esquecer
de me cuidar,
de muitos dos meus sonhos,
pensando em você,
nos seus passos,
nas suas dores
e nas suas birras
teimosas,
que insistem
em bater no muro
que se estabelece
à sua frente,
fazendo sombra
mas ao mesmo tempo
protegendo-te
do mundo afora.
Se erro,
erro em busca de acertos,
na tentativa de poupar-te
de novas dores
que insistes e precisas viver.
Erros antigos,
na tentativa de erros novos...
Sigas em frente!
Preciso que sigas,
ainda que minhas dores
venham consumir-me,
tornar-me mais solitário,
tristonho,
ainda que com isso,
eu aprenda
que a vida de alguns
é diferente da de outros,
e que amar,
ainda que distante,
se estabelece nos
laços verdadeiros
de quem insiste,
ainda que muitos
digam em teus ouvidos,
(siga tu em frente!),
em buscar-te
para passos longos
ao meu lado.

domingo, 3 de junho de 2012

Dâmocles



Mais um dia
que chega ao fim...
dia findado
e eu, como Dâmocles!
Sinto a ponta da espada
pendurada sobre minha cabeça,
suspensa e segura
por um único fio de cabelo.
Fio de cabelo
que a cada dia se enfraquece,
angustiando-me,
pela espera do que está por vir,
do que está para acontecer.
Conversas inacabadas,
palavras mal ditas,
infindas e não terminadas
que,
ao invés de fortalecerem
o fio que sustenta a espada,
parecem enfraquecê-lo ainda mais.
Como Dâmocles,
sentado, sob a espada,
corrói-me a angústia,
a espera
do que virá,
daquilo que está falado,
avisado, escrito talvez,
mas que mesmo assim,
insiste em não ser feito,
ouvido, seguido,
pois a espada,
que assusta,
que intimida,
só se encontra sobre
uma única cabeça...
a de Dâmocles.