domingo, 12 de fevereiro de 2012

Nada mais a perder

E nada mais

há a perder,

a não ser

aquilo que

de forma egoísta

insistimos em guardar,

solitariamente,

no fundo do bolso

ou na penumbra

de nossas alcovas.

Perder a vida,

o amor,

o tempo,

a alegria

e até

as lágrimas

que há muito secaram.

Perder aquilo

que nem sequer sabíamos

se era nosso,

ou se foi apenas

uma fantasia,

uma peça pregada,

pelo riso da vida,

pelo escárnio

da dor.

Mas no fundo

da alma,

machucada,

solitária e doída,

uma pequena fagulha

que não quer perder,

se mantem acesa,

aquecendo

aquilo que o coração

julgou um dia ter.

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